8 ações que você deve avaliar antes de começar a empreender

Alguns de seus amigos estão empreendendo. Você vê empreendedores nas primeiras páginas dos jornais e na internet quase todos os dias. Até o ex-presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, falou sobre empreendedorismo. Então, será que esse é mesmo o caminho para você crescer? Como saber se você deve se juntar às milhões de pessoas que todos os anos se arriscam e iniciam seu primeiro empreendimento?

1- O empreendedorismo é para mim?

Histórias de empreendedores de sucesso não faltam. Há um enorme viés de seleção de sobrevivência. Aqueles que têm sucesso adoram falar sobre como foi bom vencer o desafio, e aqueles que falharam
evitam falar sobre o assunto. O problema com isso é que muitas pessoas acham que ser empreendedor legal e fácil – e isto está bem longe de ser uma verdade. Empreender é muito legal, sim, mas fácil, fácil, não é. Também é verdade que você pode ficar muito rico no final do processo, sim. Mas isso não é uma regra e depende, quase que exclusivamente, da sua disposição para trabalhar duro e fazer com
que isso se torne realidade.

2- Tenha uma ideia bem definida

Simon Sinek, palestrante do TED e inspiração para empreendedores de todo o mundo, diz que tudo começa pela clareza. Você precisa saber por que faz o que faz. Ou por que quer empreender. Afinal, se o líder de uma empresa não é capaz de formular claramente o motivo pelo qual ela existe, como pode esperar que os funcionários saibam as razões de ir para o trabalho? Ou as razões pelas quais os seus
clientes gostariam de contratar os seus serviços? Possivelmente, dentro da ampla gama de serviços tributários que você pode oferecer, alguma coisa o motiva mais. Sejam as oportunidades ao seu redor, seja sua experiência ou mesmo o seu gosto pessoal. Defina uma meta e uma área de atuação, e crie uma missão para a sua empresa baseada em fatos e nas suas aspirações reais, tanto de serviços como de faturamento.

O que é uma ‘missão’? Pode parecer difícil, mas é uma declaração pequena, de um ou dois parágrafos, onde você deve responder às questões:
» Qual meu objetivo, minha função com a entrega ao cliente?
» O que minha empresa vai agregar a sociedade
ou até mesmo a comunidade?
» Qual é o meu diferencial competitivo e quais são
minhas metas (ou da minha empresa)?

3- Da oportunidade ao plano de negócios

Um plano de negócios é como um desdobramento da missão, da qual acabamos de falar, num documento mais elaborado, que pode ser desenvolvido pelo próprio empreendedor e que descreve todos os elementos externos e internos relevantes envolvidos no início de um novo empreendimento.

Um bom plano de negócios - ou, como às vezes é chamado, o plano de jogo ou roteiro – é constituído por:

  • Sumário (resumo dos principais pontos do plano de negócio
  • Dados dos empreendedores, experiência profissional e atribuições (caso você tenha sócios)
  • Dados do empreendimento
  • D Missão, visão e valores da empresa
  • Setores de atividades (área(s) onde irá atuar)
  • Forma jurídica
  • Enquadramento tributário
  • Capital social
  • Fonte de recursos

É a partir daí que você vai planejar também quais passos deverão ser dados para que seus objetivos sejam alcançados, diminuindo os riscos e as incertezas. Um plano de negócios permitirá identificar e restringir seus erros ao papel, ao invés de cometê-los no mercado.

Dica de ouro: O Sebrae tem cursos gratuitos que podem auxiliar na criação do seu plano de negócios. Caso opte por esse caminho depois de ler este e-book, não deixe de conferir o material que eles
disponibilizam; além de grátis, é de ótima qualidade e muito didático!

4- Seu mercado

Uma das informações iniciais necessárias ao empreendedor é o potencial de mercado para seu o produto ou serviço. Para determinar o tamanho do mercado, primeiro é necessário que você conheça o seu cliente em potencial. Você pode fazer pesquisas a partir de clientes que você já tenha ou de pessoas que já contrataram serviços que você pretende passar a oferecer.

Por exemplo, o produto é mais provável de ser comprado por homens ou mulheres? Pessoas de alta renda ou baixa renda? Moradores rurais ou urbanos? Quais são os problemas que o seu cliente precisa da sua ajuda para resolver?

Estimar e definir o tamanho do seu mercado potencial e as metas de mercado subsequentes para o seu novo empreendimento são fundamentais. Vamos supor que você queira começar oferecendo recuperação de PIS e COFINS para empresas optantes pelo Simples Nacional, mas saiba que as empresas do Lucro Real e Presumido também têm muito potencial, considerando sua expertise e a demanda do mercado. Que tal começar por uma e colocar a outra como meta? Assim você sabe tanto de onde está partindo quanto onde pretende chegar!

5- Investimento Necessário

Seu investimento inicial na empresa é, basicamente, o valor que você precisa ter para tirar o seu negócio do papel e transformá-lo em realidade. Por isso, nesse cálculo devem ser incluídas as despesas com obtenção do CNPJ, infraestrutura, gastos mensais, entre outros. O investimento inicial corresponderá ao valor total necessário para abertura de um negócio. Ou seja, de quanto você precisa para que sua empresa comece efetivamente a operar.

Para que a quantia estimada esteja próxima à realidade, tenha em mente que gastos de diferentes categorias precisarão entrar nessa conta, como os gastos com infraestrutura, com produção ou aquisição dos produtos e/ou serviços, custos necessários para abrir empresa etc.

Fazer esse cálculo de investimento inicial é fundamental para que você consiga avaliar se têm recursos próprios suficientes para iniciar, ou se irá precisar de apoio de terceiros — por exemplo, como solicitar
empréstimos ou mesmo procurar por sócios ou parceiros.

Os custos podem – e devem – ser divididos em:

Investimento fixo | Investimento pré-operacional | Capital de Giro

Para chegar ao custo total do investimento necessário para sua nova empresa, você pode começar listando seu investimento fixo, ou seja, tudo o que seja referente à infraestrutura, bem como o valor unitário e o valor total de cada item, de acordo com a quantidade necessária.
Por exemplo, aluguel de sala, mobiliário etc. Em investimentos pré- -operacionais, você pode considerar a confecção de um website, dos seus cartões de visita, e tudo o mais que você precisará para divulgar seus serviços, como, por exemplo verba prevista para anunciar nos negócios locais do Google. Já o capital de giro, por sua vez, é o valor estimado para que sua empresa funcione mensalmente. Nele, você inclui todas as despesas fixas e variáveis; os salários dos funcionários, se houver, as contas de luz, água, telefone e internet e por aí vai.

6- Reflita e avalie a mudança

Se, por um lado, empreender pode aumentar – e muito – a sua remuneração mensal, haverá muito mais instabilidade do que se você fosse um funcionário, contratado pelo regime CLT, com salário fixo. Uma vez que não há previsibilidade você precisa avaliar com sinceridade, se você tem as condições necessárias – financeiras e psicológicas – para ultrapassar por essa fase mais turbulenta ao iniciar um negócio. Nessa etapa do processo é importante conversar com a sua família. Eles estão dispostos a passar por esse início turbulento com você? Provavelmente, sim, mas, como você, também querem a segurança de que você acumulou uma reserva para ultrapassar esse período.

Por isso o planejamento é tão importante! Com todos ao seu redor envolvidos e motivados, você conseguirá chegar lá mais rápido e de um jeito menos traumático, com o suporte emocional necessário.

7- Seja diferente: tenha uma proposição de valor clara

Proposta de valor é um conceito do marketing que serve para determinar a relevância de uma marca para seu público-alvo. Ela é criada a partir da identificação dos pilares do seu produto ou serviço. Afinal, o que faz com que um cliente deseje adquirir um produto ou serviço de uma marca em vez de outra? O valor que aquilo representa para ele.

Na sua proposta de valor você deve elencar as vantagens que seu produto ou serviço oferece. Ela descreve os diferenciais de uma empresa em relação aos seus concorrentes, e, só com uma proposta clara é que o cliente irá perceber que aquilo que sua marca oferece é ideal para suprir as necessidades dele e resolver seus problemas, suas dores.

Como fazer?
- Título: uma frase curta, que defina as vantagens que a sua marca oferece.
- Subtítulo: duas ou três linhas explicando o que é o seu serviço e para quem o seu ou serviço é indicado.
- Tópicos: uma pequena lista, das principais vantagens e benefícios que sua empresa oferece.
- Recursos visuais: faça uso de imagens que reforcem a mensagem principal.

Existe um modelo conhecido, chamado de ‘Canvas de Proposta de Valor’ para que você mesmo possa elaborá-la. Confira no diagrama a seguir:

A intenção é promover o encaixe entre “o que” se produz e “para quem” se produz e assim criar e oferecer produtos e serviços que se conectem aos desejos mais caros do público-alvo!

8- Conheça a área onde irá atuar e estude continuamente sobre ela

Para atuar numa área você deve aprender a aprender e a manter se relevante em um mundo repleto de mudanças. Para Conrado Schlochauer, Ph.D. em psicologia da aprendizagem e especialista em educação corporativa, o conceito “lifelong learning”, ou aprendizagem contínua, é um modo de vida. Um atestado de que todos podemos aprender sempre, não importa a idade, a profissão ou os objetivos de vida. Afinal, capacidade de aprendizagem habita em todos nós e faz bem a todos nós!

O mundo de hoje não é o mesmo que há 10 anos, parte disso se dá pelo avanço tecnológico que mudou a forma com que nos comunicamos, cultivamos nossos alimentos, nos relacionamos… a evolução trouxe muitas melhorias, mas também causou mudanças abruptas, o que acaba gerando sentimentos de volatilidade, incertezas, complexidade e ambiguidade no mundo.

Diante desse novo ambiente, a aprendizagem contínua é considerada um dos pilares mais importante de uma empresa, porque ela garante que você esteja preparado para acompanhar as tendências e situações possíveis. Lembra, quando antigamente, a maior parte do serviço tributário era feito em papel? Pois é. Hoje a tecnologia já domina boa parte do seu ambiente, possibilitando que muita coisa seja desenvolvida on-line, sem a necessidade de meios físicos.

Além disso, a legislação do nosso país muda a todo instante, a Receita Federal cria novos recursos e você precisa estar em dia com tudo isso para não comer nenhuma mosca ao atender seus clientes. Faça cursos online e estude sobre os temas que dizem respeito aos serviços que você presta, sempre. Afinal, conhecimento aplicado nunca é demais. Você pode, ao invés de navegar sem objetivo em sua rede social, acompanhar empreendedores que você admira; não necessariamente na sua área de atuação. Com certeza aprenderá muito com eles!

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